Beata Bárbara Maix

Chegou ao Brasil com suas companheiras para servir aos mais pobres e assim se imolou, fazendo-se tudo para todos e deixando o mais belo exemplo de perdão, como Cristo na cruz!...


Cadastre-se e receba nosso informativo:
E-mail: Cadastrar | Remover
Canais
Principal
COMECE AQUI !
Patrocinadores
Santos
ELENCO GERAL
Beato Inácio e Com.
São Roque e Com.
São José de Anchieta
Santa Paulina
Santo Antõnio Galvão
Santos Mártires RN
Beato Eustáquio
Beato Mariano
Beata Albertina
Beatos Manuel e Adílio
Beata Lindalva
Beata Bárbara Maix
Santa Dulce dos Pobres
Beata Nhá Chica
Beata Assunta Marchetti
Beato Pe. Victor
Beato João Schiavo
Beato Donizetti
Beata Benigna Cardoso da Silva
Beata Isabel Cristina
Ven. Teodora Voiron
Ven. Antonieta Farani
Ven. Rodolfo Komorek
Ven. Attilio Giordani
Ven. Ir. Serafina
Ven. Me. Ma. Teresa
Ven. Dom Viçoso
Ven. Marcello Candia
Ven. Pelágio Sauter
Ven. José Marchetti
Ven. Daniel de Samarate
Ven. Frei Damião
Ven. Nelsinho Santana
Ven. Frei Salvador Pinzetta
Ven. Maria dos Anjos
Ven. Maria do Carmo SS.Trind.
Ven. Roberto Giovanni
Ven. Albino Cunha e Silva
Ven. Odete Vidal Cardoso
Ven. Irmã Benigna
Ven. Frei João Pedro de Sexto
Ven. Vítor Coelho
Ven. Frans de Castro
Ven. Aloísio Boing
Ven. Me. Teresa Margarida
Ven. Guido Schäffer
Ven. Antõnio Lustosa
Ven. Frei Alberto Beretta
Ven. Pe. Libério
Outras Biografias
Temas
Papa Bento XVI
Santos do Brasil
Processos de Canonização
Beatificação e Canonização
Comunhão dos Santos
 
E-mail:
Senha:
 
» Santos do Brasil » Beatos Mártires RN » História do Martírio
 
06/11/2003 - 09:16 - HISTÓRIA DO MARTÍRIO

HISTÓRIA DO MARTÍRIO 
BIBLIOGRAFIA  E  LINKS  
HOMILIA DO PAPA 
INFORMAÇÕES
BIOGRAFIAS


Santos Pe. André de Soveral, Pe. Ambrósio Francisco
Ferro, Mateus Moreira e 27 companheiros mártires

Todos conhecem um pouco da história da ocupação holandesa no
nordeste do Brasil. Os países baixos, antiga possessão
espanhola e em guerra contra a Espanha, atacaram o Brasil,
que na época tinha como soberano o Rei Felipe II, espanhol. A
1ª invasão ocorreu em maio de 1624, quando os holandeses
tomaram a Bahia; foram expulsos em 1625, com ajuda de uma
frota espanhola. Não desistiram, e em 1630 invadiram
Pernambuco, tomando Olinda e Recife. Conseguiram fixar-se e
aumentar os seus domínios em todo o litoral nordestino:
Maranhão, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Para governar Pernambuco foi
enviado o príncipe Maurício de Nassau, que governou com muita
habilidade, atraindo a amizade dos brasileiros.

No Rio Grande

Os holandeses chegaram à Capitania do Rio Grande, hoje Estado
do Rio Grande do Norte, dia 8 de dezembro de 1633. Depois da
rendição dos portugueses da Fortaleza dos Reis Magos, que
defendia a entrada marítima da cidade, a principal
preocupação dos invasores foi assumir, o quanto antes, os
pontos estratégicos que garantiam a economia da região e a
subsistência da população. A principal fonte de renda era o
gado, seguido da cana-de-açúcar. Haviam dois engenhos: o
Potengi, economicamente decadente, e o Cunhaú. Ora, quando os
holandeses chegaram a Natal, vários moradores importantes
refugiaram-se no Potengi, propriedade de um deles, na
esperança de que viesse ajuda da Paraíba e Pernambuco. Foram
perseguidos. Os invasores, com a ajuda dos índios Tapuias,
mataram Francisco Coelho, dono do engenho, sua mulher e seis
filhos, e todas as outras pessoas que ali se encontravam , em
número de 60. Este foi o primeiro massacre realizado pelos
holandeses no Rio Grande. Como não havia a motivação
religiosa, não é considerado um martírio pela fé.
Enquanto o Potengi estava quase desativado, o engenho Cunhaú
era o mais importante centro da economia da capitania. Foi
por isso palco de muitas lutas pelo seu controle, entre
portugueses, índios e holandeses. Passadas todas as
turbulências no período inicial da invasão, a vida do engenho
voltou a sua normalidade. Ao redor da capela de Nossa Senhora
das Candeias, da casa grande e do engenho, viviam pacatamente
70 modestos colonos e suas famílias.
Durante a ocupação holandesa, a Igreja no Rio Grande do
Norte, implantada pelo trabalho missionário dos jesuítas e
estruturada em duas paróquias, a de Natal e a de Cunhaú,
passou por um período de crise causada pelas autoridades
hostis à Igreja e pela busca de novos fiéis por pastores
calvinistas. O calvinismo era a principal religião em terras
flamengas (Holanda e parte da atual Bélgica). Com o tempo
essa situação hostil transformou-se em verdadeira perseguição
religiosa, que culminou com os massacres de Cunhaú e Uruaçu.

Martírio de Cunhaú

Dia 15 de julho chegou em Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo,
como sempre, seus amigos e liderados, os ferozes tapuias, e,
além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados
holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e
desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando
um rastro de destruição por onde passava. Dizendo-se em
missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife,
convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a
missa dominical no dia seguinte. Sua simples presença deixou
todos tensos e temerosos.
Uma chuva torrencial na manhã de domingo, dia 16, alagando
sobremaneira os caminhos da região, impediu que o número de
pessoas a comparecer na missa fosse maior. Foi uma chuva
providencial.
Pelo receio de Rabe, alguns esperaram na casa de engenho. Os
fiéis chegaram, em grupos de famílias, para cumprir o
preceito dominical, e Pe. André de Soveral iniciou a missa...
 
"Após a elevação da hóstia e do cálice, erguendo o Corpo do
Senhor para a adoração dos presentes, a um sinal de Jacó
Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu
início à terrível carnificina.
Foram cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, tomados
de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente
atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e
dos potiguares.
Ao perceber que iam ser mesmo sacrificados, os fiéis não se
rebelaram. Ao contrário, "entre ânsias se confessaram ao sumo
sacerdote Jesus Cristo Senhor Nosso, pedindo-lhe cada qual,
com grande contrição, perdão de suas culpas", enquanto o Pe.
André estava "exortando-os a bem morrer, rezando
apressadamente o ofício da agonia".
Os primeiros ataques ao venerando sacerdote, Pe. André de
Soveral, partiram dos tapuias. O Padre, porém, falando a
língua indígena na qual era bem versado, exortou-os a não
tocar na sua pessoa ou nas imagens e objetos do altar, sob
pena de ficarem tolhidas as mãos e as partes do corpo que o
fizessem. Os tapuias recuaram receosos. Mas os potiguares não
deram importância às palavras do sacerdote, arremetendo
contra o ministro de Deus e "fazendo-o em pedaços". O autor
da façanha foi o principal dos Potiguares Jerera, que,
empunhando uma adaga, feriu de morte o Pe. André"( PEREIRA,
F. de Assis. Protomártires do Brasil, p.16s ).
Os que haviam se refugiado na casa do senhor de engenho
tiveram a mesma sorte. Após a igreja, esta foi invadida. Três
conseguiram fugir escapando pelos telhados. Os outros
tentaram se defender como puderam, mas também foram mortos.
A disposição dos fiéis à hora da morte era a de verdadeiros
mártires, ou seja, aceitando voluntariamente o martírio por
amor a Cristo. Os assassinos agiam em nome de um governo que
hostilizava abertamente a Igreja Católica, a religião do
governo português, do qual eram adversários. As vítimas
tinham plena consciência disso.
De toda essa numerosa multidão de mártires, cerca de 70
pessoas, apenas duas foram identificadas, e por isso,
beatificadas: André de Soveral e Domingos de Carvalho. Mais
adiante voltaremos a falar deles.

Martírio de Uruaçu

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio
Grande e capitanias vizinhas, deixando a população
aterrorizada, temendo novos ataques dos tapuias e 
potiguares, instigados pelos holandeses. Mesmo suspeitando
dessa conivência do governo holandês, alguns moradores
influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis
Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe.
Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco
de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto.
Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no
Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma
fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 quilômetros
da Fortaleza.
Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após
passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba,
chegou em setembro à Casa Forte do francês João Lostau
Navarro, a poucos  quilômetros de Natal. Vários moradores
foram mortos e o proprietário, por ser estrangeiro, levado ao
Forte dos Reis Magos. No Forte encontrou-se com os nossos
conhecidos hóspedes e outro prisioneiro, Antônio Vilela Cid.
Este era acusado de cumplicidade na morte de um holandês e de
fazer parte de uma conspiração pela expulsão dos holandeses.
Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência
armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os
inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16
dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da
Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las.
Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos Deus! Cinco
reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda,
Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da
Silveira e Simão Correia.
Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois
grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.
Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar
todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de
outubro.
Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza,
por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário,
um escabino, um rico proprietário. Foram embarcados e levados
rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe
indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de
duzentos índios seus comandados. Este chefe fora educado na
Holanda e convertido à religião calvinista, da qual era
fanático defensor. Mais tarde os holandeses o fizeram regedor
dos índios da Capitania do Rio Grande.
Logo que chegaram, os flamengos ordenaram aos 12 que se
despissem e ajoelhassem. Chamando os índios, que estavam
emboscados, estes cercaram os pobres indefesos e deram início
à requintada carnificina que se seguiu.
Mons. Assis, o postulador da causa desses nossos queridos
beatos, por dever de ofício e necessária precisão histórica,
narra os tormentos e crueldades praticados tanto por índios
como por holandeses (PEREIRA, F. de Assis. Protomártires do
Brasil, p. 36-44; também p. 109-114)... Impossível ler
aquelas páginas e não chorar! Santo Deus! Como resistiram a
tanta crueldade? Só mesmo a força da graça divina, que se
manifesta na fraqueza humana, pode explicar a heroicidade
desse transe! Antes de receberem a palma do martírio na
Glória do céu, o mínimo que lhes aconteceu foi terem olhos,
orelhas e línguas arrancadas, órgãos sexuais cortados e
colocados em suas bocas...ainda vivos! Os que não morreram
por essas e outras crueldades, começaram a ter os membros
cortados, e, dessa forma, entregaram a alma a Deus. Depois de
mortos, a barbárie continuou, e seus corpos foram feitos em
pedaços...
Em contraste à essa violência, temos a atitude serena e
profundamente cristã das vítimas. Além disso, importantíssimo
para a caracterização do martírio pela fé, foi justamente a
presença de um pastor protestante calvinista, que tentou fazê-
los abjurar a fé católica e converterem-se à religião dos
flamengos. Confessaram a alta voz que morriam na verdadeira
fé:

"Pedindo todos a Deus que tivesse deles misericórdia, e lhes
perdoasse suas culpas e pecados, protestando que morriam
firmes na santa fé católica crendo o que cria a santa madre
igreja de Roma
"( SANTIAGO, D. L.. História da Guerra de
Pernambuco, p. 346, citado em: PEREIRA, F. de Assis.
Protomártires do Brasil, p. 38)

É importante ser ressaltado isso, pois não era simplesmente
uma perseguição política. Era claro para as vítimas que ceder
aos invasores era ceder aos hereges calvinistas; era trair ao
Rei, o soberano português, e à Religião Católica. Era esse o
sentir das pessoas então; vencer e expulsar os invasores era
defender a pátria e vencer para Deus e a verdadeira fé. Nas
atrocidades do martírio também se manifesta o ódio à fé
católica por parte dos assassinos, pela forma como foi
tratado Pe. Ambrósio: por ser sacerdote, estando ainda ele
vivo, foi mais duramente torturado.
Quanto aos outros moradores que estavam presos em Potengi,
também eles não tinham mais ilusões de que sobreviveriam, e
teriam o mesmo fim que os inocentes fiéis de Cunhaú.
Aguardavam o martírio em clima de grande religiosidade.
Dentro da fortificação, que se tornou cadeia, eram realizadas
orações, procissões, jejuns e penitências fortíssimas. As
penitências foram tantas que seus corpos depois as
denunciavam antes de serem sepultados.
Embora somente os homens é que deveriam ser levados para a
morte, sabe-se que algumas mulheres com seus filhos
acompanharam os chefes de família e foram  também
sacrificados.
Quando os soldados holandeses vieram buscá-los, sabiam que
iam para o suplício:

"Despediram-se os miseráveis de suas mulheres e filhos com
muitas lágrimas, pedindo-lhes com muita eficácia que, pois
iam morrer por seu Deus e inocentes, que lhes encomendassem
as almas a seu Criador, e a quem pelo caminho foram pedindo
perdão de seus pecados, dando-lhes muitas graças e, mui
conformes por morrerem daquela sorte, e, antes de serem
chegados ao sítio, teatro de crueldade e tirania jamais
vista, foram cercados pelos índios, e em chegando viram os
cadáveres de seus companheiros e vizinhos que ainda
palpitavam com as feridas, com cuja vista não desmaiaram,
antes deram a Deus muitas graças consolando-se uns aos
outros, e protestando que morriam firmes na fé católica
romana."(
PEREIRA, F. de Assis. Protomártires do Brasil, p.
40s  )

Repetiram-se então as piores atrocidades e  barbáries, que os
próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque
atentavam às leis da moral e modéstia.
Em Uruaçu foram mortos os principais moradores de Natal, que
por medo dos índios e holandeses tinham se refugiado na
Fortaleza dos Reis Magos e na fortificação de Potengi.
Calcula-se em torno de 80 pessoas.
Não deixe de ler agora o que se sabe de suas BIOGRAFIAS!

Inserida por: Administrador fonte:  Santos do Brasil
   
envie para um amigo
voltar  

 



 
 
 
Elaboramos esse site
com o objetivo de divulgar nossos santos.
 
 

Hospedagem e
Desenvolvimento