Me. Teresa Margarida, ocd
(também chamada de “Nossa Mãe”)
*nascida 24.12.1915
+falecida 14.11.2005
Venerável Madre Tereza Margarida do Coração de Maria, ocd
Biografia extraída do site oficial da Causa de Canonização (https://beatificacaonossamae.com.br/biografia)
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causa!
Maria Luíza nasceu em 24 de
dezembro de 1915 na cidade de Borda da Mata, no estado de Minas Gerais, no
Brasil, a quinta filha de Francisco Marques da Costa Júnior e D. Mariana
Resende Costa. Foi batizada na igreja de Nossa Senhora do Carmo em 10 de
fevereiro de 1916.
Os pais desejavam que os filhos
pudessem estudar. Impôs-se a urgência de procurar uma residência em cidade
maior. Assim a família transferiu-se para a cidade de Cruzeiro no Estado de São
Paulo, com escolas maiores e com mais recursos.
Durante um retiro espiritual,
realizado no Colégio, sentiu um primeiro toque do Senhor no seu coração para a
vida de clausura do Carmelo. Depois em uma visita a Aparecida, estando na
capela do Santíssimo da Basílica velha, sentiu novamente no seu coração o chamado
do Senhor. Lendo as Memórias da Beata Elisabeth da Trindade veio a confirmação.
Vence a resistência paterna, e
aos 29 de maio de 1937, como postulante entra no Carmelo de Mogi das
Cruzes. Em 20 de Junho, apenas vinte dias após a entrada no Carmelo, é atingida
por uma grande dor por causa da morte de seu pai. Foi um período de grande
sofrimento para Maria Luiza, por não poder ficar perto de sua mãe e seus
irmãos.
Seu irmão João logo manifestou
vocação ao sacerdócio e entrou nos Salesianos. Foi ordenado sacerdote em 1935 e
em 1967 foi eleito Arcebispo de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas.
Ao receber o hábito de noviça recebeu o nome de Tereza Margarida Coração
de Maria. Sua constante oração: “Mãe, que o vosso Coração, seja o lugar
da união, de Jesus com Tereza Margarida”.
O período de noviciado
transcorreu sereno. Irmã Tereza Margarida era desejosa de prosseguir o
caminho! Assumia tudo o que lhe era pedido dentro do processo de preparação
para a vida carmelitana. Aos 02 de fevereiro de 1942 emitiu os votos
Solenes.
A vida no Carmelo Mogi das
Cruzes era caracterizada de grande rigor, penitência, silêncio e trabalho. A
casa era improvisada, adaptou-se para isso uma antiga Igreja do lugar, porém as
celas das Irmãs ficaram mal instaladas, de sorte que não recebiam muita
luz solar, estando sempre a casa úmida, prejudicando a saúde das Irmãs.
Em 1952, pela intervenção do
Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, a comunidade transferiu-se para o
novo Carmelo especialmente construído em Aparecida, Carmelo Santa Teresinha.
Depois de algum tempo, diversos Bispos pediram ao Carmelo de Aparecida a
fundação de um novo Carmelo em suas Dioceses. Entre estes estava o pedido
insistente do Monsenhor João Rabelo de Mesquita, Vigário Geral da Diocese de
Campanha. Irmã Tereza é indicada e proposta para tal missão. O Bispo de
Campanha Dom Inocêncio Engelke concedeu a licença, sendo indicada primeiramente
a cidade de Campanha (sede da Diocese) e depois Três Pontas para abrigar o novo
Carmelo. Dá-se início, na obediência ao desígnio de Deus os preparativos
para a nova fundação, pois como afirmou, nunca pensou em empreender uma
fundação. Uma vez decidida, e ao saber, que o novo Carmelo seria de São José,
ela disse: “Para São José, eu nada posso recusar, porque Ele nunca me recusou
nada”. Juntamente com sete Irmãs, aos 16 de julho de 1962, Solenidade de Nossa Senhora
do Carmo e 400 anos da fundação do 1º. Carmelo São José, em Ávila, por Santa
Teresa. As Irmãs chegaram em Três Pontas para começar a vida monástica no
mosteiro novo. No início a comunidade habitou em casas provisórias,
especialmente adaptadas à vida de clausura. Finalmente no dia 22 de janeiro de
1969, a comunidade mudou-se para a residência definitiva, construída nos moldes
de um convento, adequado ao estilo de vida claustral. Por várias vezes foi
Priora, sub-Priora e Mestra de Noviças.
O mosteiro tornou-se cada vez
mais um ponto de referência para os fiéis da região. Muitos procuravam a Nossa
Mãe para pedir conselhos, orientação espiritual e ajuda. Logo as pessoas,
como sinal de veneração e afeto começaram a chamá-la de Nossa Mãe. Possuía
uma grande visão do futuro e desejo de viver a espiritualidade do Carmelo de
modo vivo e atual. Empenhou-se em acompanhar com a comunidade o Concílio
Vaticano II.
Com idade avançada, acostumada
com a fragilidade e a pouca saúde, mas não ouvindo muito a natureza, lutou
sempre para realizar todos os seus compromissos de Carmelita. Um número cada
vez maior de pessoas a procuravam para pedir um conselho e direção espiritual.
Sua fraqueza ia aumentando, manifestando-se os primeiros sintomas da doença que
a levou a um lento calvário de sofrimento até à morte.
Escreverá em suas memórias;
“Como é bom estar nas mãos, no coração de nosso Deus! Como saboreio o seu amor,
a sua ternura!” Se assim foi sua vida, assim foi também nos últimos dias de sua
existência terrena. Estes foram de um longo e profundo silêncio… silêncio
adorador…silêncio reparador…silêncio de ação de graças…
No momento solene do abraço do
Pai, estavam presentes sacerdotes amigos e a comunidade , aguardando a
consumação do sacrifício.
Assistida por toda a comunidade,
ao redor daquele leito que se transformou num Santuário sagrado, finalmente
adormeceu no Senhor, no dia 14 de novembro de 2005.
O corpo de
Nossa Mãe foi exposto junto à grade do coro e às primeiras horas do dia, o povo
veio prestar a última homenagem. Devido à grande multidão e numerosos
sacerdotes presentes, foi decidido celebrar o funeral na Igreja Matriz. O
cortejo fúnebre assemelhava-se à procissão do enterro do Senhor morto na 6ª.
Feira Santa.
Entrando o cortejo na Matriz de
Nossa Senhora D’Ajuda, a urna carregada pelo clero, foi aplaudida pela multidão
de fiéis que lotavam a Igreja.
Na verdade, cada um que
participou do cortejo sentia-se diante de uma pessoa amiga que partira para
grande e aprazível viagem, mas deixando muito viva a sua lembrança. E cada um
carregava a certeza de ser levado também no coração, por esta que tanto amava.
Viver é iluminar durante a vida
e depois dela! O tempo foi passando e sua memória não foi esquecida.
Devido à fama de santidade e de
graças alcançadas por sua intercessão, nosso Bispo Dom Diamantino, de acordo
com a Comunidade do Carmelo São José, introduziu em Roma o pedido para abertura
do Processo de Beatificação. O pedido foi aceito.
Para abrigar os restos mortais
de Nossa Mãe, foi construída uma Capelinha, para que à sombra do Carmelo, junto
às suas filhas, ela continue intercedendo por todos aqueles que, nesse lugar de
paz e oração, a invocam com confiança.
No dia 4 de março de 2012
realizou-se a abertura do Processo de Beatificação, cujo Postulador é o Dr.
Paolo Vilotta.
Decreto das Virtudes Heróicas
dado pelo Papa Francisco em 20.5.2023
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