Venerável
Pe. Vítor Coelho de Almeida (nasc. 22/set/1889
– †21/jul/1987)
sacerdote e
religioso redentorista
Vítor Coelho nasceu na cidade mineira
de Sacramento, a 22 de setembro de 1889. Seus pais eram Leão Coelho de Almeida
e Maria Sebastiana Alves Moreira. Seu pai não era católico praticante, pois não
tinha boa formação religiosa. Era nascido em São João da Barra, RJ, havia feito
o curso de artes decorativas em Paris, França, e era professor primário na
região do triângulo Mineiro. A mãe de Vítor, Maria Sebastiana, era uma mulher
piedosa e meiga. Era natural de Sacramento, MG, e foi lá que seus pais se
casaram em 20 de janeiro de 1897. O casal teve 5 filhos.
A mãe faleceu ainda jovem, vítima da
tuberculose, quando Vítor, o segundo filho, tinha apenas 8 anos. Era uma
criança de temperamento muito vivo e extrovertido, nem um pouco piedosa e
dócil. Havia herdado o gênio agressivo e vivo da avó paterna, Victorine Cousin,
natural da região de Champagne, França. O menino morava com a avó materna em
Conquista, MG, pois seu pai lecionava na zona rural. Ficava abandonado na rua,
já que sua avó era muito idosa e não conseguia educá-lo. Vítor acabou se
tornando líder dos moleques de rua de sua cidade. Diante dessa situação, seu
primo padre, pároco de Bangu, RJ, o levou para sua casa, tentando dar-lhe uma
boa educação, mas sem sucesso. Sem saber mais o que fazer, recorreu ao
expediente de interná-lo no seminário dos padres redentoristas em Aparecida,
SP, em 1911. Nem perguntou a ele se queria ser padre.
O pai ficou tão feliz e agradecido a
Deus pelo ocorrido que se converteu, pois havia feito uma promessa a Nossa
Senhora Aparecida para conseguir colocar o filho em um colégio. A partir de
então Sr. Leão tornou-se um católico praticante e piedoso. Viveu até os 90 anos
de idade.
No Colégio Santo Afonso, a surpresa:
o menino ‘endiabrado’ se converte, e mostra a verdadeira face do seu coração.
Levado pelo exemplo dos companheiros e tocado por Cristo, mudou seu
comportamento e sentiu nascer o desejo de ser missionário redentorista.
Após os primeiros anos de estudo entrou
para o noviciado em 1o. de agosto de 1917, recebendo o hábito
religioso. Fez seus primeiros votos em 2 de agosto do ano seguinte, na cidade
de Pedrões, SP. De volta a Aparecida iniciou seus estudos superiores. Em 1920
foi para a Alemanha, continuando seus estudos, e ordenou-se padre em 5 de
agosto de 1923, na cidade de Gars Am Inn. No ano seguinte, em setembro de 1924,
voltou para o Brasil.
Padre Vítor foi excelente catequista
no Santuário de Aparecida e na igreja de Santa Cruz de Araraquara, SP. Dedicava-se
muito às crianças, pois não queria que elas sofressem como ele havia sofrido
por falta de educação religiosa.
Preparou-se para pregar as Santas
Missões com o carismático missionário redentorista, Pe. Estêvão Maria
Heigenhauser, em 1930, do qual herdou o jeito e a arte de pregar ao povo. Cheio
de fé e ardendo de amor e zelo pelos mais abandonados, entregou-se de corpo e
alma à pregação das Santas Missões entre 1931 e 1940. Anunciando a misericórdia
de Deus, levou grande número de pessoas à conversão de vida. Seu carisma e fama
atraía multidões. As crianças, especialmente, não perdiam a missãozinha
especial para elas. Sabia despertar nas crianças e jovens o interesse pela
vocação religiosa. Muitos missionários redentoristas, padres diocesanos e
religiosos lhe devem a vocação.
Chegou a pregar junto ao seu co-irmão
redentorista o SD. Pe. Pelágio Sauter, famoso por suas bênçãos e
curas.
Quando se encontrava no auge da fama
de missionário carismático e santo, em agosto de 1940, durante a grande missão
de Ribeirão Preto, SP, foi acometido por uma grave crise de tuberculose. Ele já
estivera à beira da morte aos 7 anos, com uma febre alta que havia comprometido
os seus pulmões. Em outra ocasião, em 1921, durante seus estudos na Alemanha, o
atacara a tuberculose. Agora, em 1941, teve que internar-se no Sanatório da
Divina Providência de Campos do Jordão, onde permaneceu 8 anos em tratamento.
Ali, no isolamento e na solidão, qual outro Jardim das Oliveiras, ele aprendeu
com o Cristo Sofredor o mistério da dor. Esteve muito mal durante quatro anos
(1941 a 1944), chegando a perder um dos pulmões. Ele atribuiu sua cura à oração
de Padre Eustáquio, hoje Beato, que o visitou em
1944. A solidão desses anos dolorosos foi uma bênção de Deus na sua vida. Ele
transformou o ambiente do Sanatório, despertando nos doentes o amor à vida e
muita confiança em Jesus e Nossa Senhora.
Em 1948, já restabelecido, voltou a residir em Aparecida, onde Deus lhe mostrou
um novo modo de ser missionário redentorista. Assumiu o trabalho de
evangelização dos peregrinos do Santuário. Mais. Incentivou a fundação da Rádio
Aparecida, e desde sua fundação, em 1951, foi sua voz profética. Realizou esse
trabalho por 36 anos. Seus assuntos prediletos eram: Catequese, Sagrada
Escritura, Formação de comunidade rurais e Doutrina Social da Igreja. A
audiência cativa de seus programas era enorme.
Nesse trabalho de missionário do povo
ele se santificou. Sua profunda confiança na misericórdia de Deus e na
intercessão de Nossa Senhora Aparecida revestiu de força carismática suas
pregações, levando as pessoas à conversão pessoal para Cristo e sua Igreja.
Vindo a Aparecida, todos queriam ouvir a palavra e receber a bênção do 'santo'
missionário redentorista.
Padre Vítor soube controlar seu gênio
agressivo. Tornou-se muito humilde, e mesmo em público pedia perdão pelas suas
faltas. Devido ao seu mau comportamento na infância, considerava-se indigno do
sacerdócio. Dizia: “Sou filho da misericórdia de Deus, Ele me tirou do lodo, de
lá de baixo, para me colocar bem alto na vocação de sacerdote”.
Com grande unção procurava incutir nos seus evangelizados a mesma confiança na
misericórdia de Cristo e de Maria. A devoção a N. Senhora Aparecida foi a força
de sua piedade pessoal e de seu zelo na prática da vida religiosa.
Em plena atividade apostólica, faleceu santamente em Aparecida, em 21 de julho
de 1987. Tinha 87 anos de vida. Muitos chegaram a chamá-lo de 'santo' já em
vida e atribuem-lhe essa virtude muito mais agora, pois muitos são os
testemunhos de graças alcançadas por sua intercessão.
Oração
á Santíssima Trindade
para a beatificação do Servo de Deus Padre
Vítor
e
a graça particular que você necessita:
Deus,
Pai de bondade e misericórdia,
que concedestes ao Pe. Vítor Coelho o Dom de
anunciar a palavra
da Salvação com piedade e unção, que tanto preciso(mencionar a graça
desejada). Peço também, ó Trindade Santa, por intercessão de Nossa Senhora
Aparecida, a beatificação de vosso servo fiel, Pe. Vítor Coelho. Amém.
(3 Glórias ao Pai e 1 Ave-Maria)
Restos
Mortais: no Memorial
dos Missionários Redentoristas, ao lado da Basílica Velha, Praça Nossa Senhora
Aparecida. Aberto a visitação das 8:00h às 18:00h [Tel.: (12) 3105-2318].
Causa de canonização: sediada na Arquidiocese de
Aparecida, SP. Ator: Congregação do Santíssimo Redentor (end: Santuário de
Nossa Senhora Aparecida, Av. Júlio Prestes s/n, 12570-000 – Aparecida, SP).
Nihil obstat em 3.11.1998; processo Informativo
diocesano iniciado em 12.10.1998 e encerrado em 31.8.2006; março.2007 validade
dos atos jurídicos do processo diocesano; 2011:
investigação supletiva com inclusão da transcrição dos áudios dos programas
radiofônicos do Pe. Vítor; 26.2.2016 decreto de validade do processo diocesano;
decreto da Heroicidade
das Virtudes: 5.8.2022.
Uma suposta
cura milagrosa está sendo investigada desde 2013, entre muitas avaliadas, e o
processo canônico foi instalado em 22.7.2016 no Tribunal Eclesiástico
Interdiocesano de Ribeirão Preto e concluído em 29.8.2016; realizado estudo
supletivo deste processo em 2022, nessa mesma arquidiocese; se esse milagre for
aprovado, Pe. Vítor será beatificado.
Bibliografia sobre o Pe.
Vítor Coelho:
Pe. Júlio João BRUSTOLONI, C.Ss.R. Vida
do Pe. Vítor Coelho. Aparecida: Ed. Santuário, 192 p.
Para
comunicar graças alcançadas pelo Servo de Deus:
CAUSA DO
PADRE VÍTOR COELHO
Caixa Postal:43
12.570-000-Aparecida-SP
Tel.: (12) 3105-1517 / 3105-2911
causa-vitorcoelho@redemptor.com.br (Pe.
Júlio Brustolloni)
|