Venerável Odette Vidal Cardoso –
Odetinha
nascida em 15/set/1930 - falecida em
25/nov/1939
Biografia extraída
de:
http://www.postulazionecausesanti.it/es/odette-vidal-cardoso-odetinha/
(veja fotos de
Odetinha no link acima!)
A Serva de
Deus Odette Vidal de Oliveira nasceu em 15 de setembro de 1930 no Rio de
Janeiro. Seus pais, Francisco Rodrigues de Oliveira e Alice Vidal de Oliveira
eram ricos comerciantes. Eles eram profundamente religiosos e de grande
caridade para com as pessoas mais necessitadas. Odette desde pequena aprendeu
de seus pais não somente a recitar as orações, mas também a ter um grande amor
pela Santa Missa e pela Virgem Maria.
Seus pais frequentavam a Igreja de São Luís, no Rio de Janeiro. Certa vez,
quando Odette tinha três anos, no momento da consagração gritou voltando-se
para sua mãe: “Mãe, vou pegar o Menino!”. Muitas vezes, ainda quando criança,
ela recitava a jaculatória “Jesus, eu te amo”, que repetiu até o momento da sua
morte. Quando ela estava com mais idade repetia sempre outra jaculatória: “Ó
meu Jesus, eu te amo muito e por isso prefiro morrer em vez de te ofender!”.
Quando tinha cinco anos a Serva de Deus começou a frequentar a catequese no
Colégio Imaculada Conceição e ela aprendeu tão rapidamente as coisas de Deus
que virou catequista de seus colegas. Odette fez a sua Primeira Comunhão em 15
de agosto de 1937. Naquele dia, ao entrar na Igreja, sua mãe perguntou-lhe o
que ela gostaria de pedir a Jesus. Ela respondeu: “Mãe, se Jesus aparecesse para
mim eu lhe daria um beijinho com todo o amor do meu coração e lhe diria: Jesus,
eu te amo!”. Seu coração ardia de um amor insaciável por Jesus. Quando Odette
passava diante de um crucifixo dizia: “Se eu estivesse lá não teria deixado
crucificá-lo”. Quando ela recitava a oração: “Eis-me aqui meu bom e doce
Jesus…”, em seguida, invés de dizer: “Transpassaram minhas mãos e meus pés”,
Odette levantava um pouco suas mãozinhas e dizia: “Transpassa as minhas mãos e
os meus pés”. Ela pedia, como São Francisco de Assis, para receber as chagas do
Senhor.
O fervor do dia da Primeira Comunhão não diminuiu, mas aumentou sempre mais e
todos os dias ela participava da Santa Missa, comungando regularmente e se
preocupava escrupulosamente em fazer o jejum após a meia-noite. Quem a via em
grande recolhimento e fervor antes de comungar, ficava maravilhado e a
admiração era tanta que as pessoas lhe perguntavam: “Menina, que coisa te disse
Jesus?”. E ela respondia: “Ah! Isto é somente entre eu e ele”.
Uma vez sua mãe lhe perguntou: “Odette, o que fazes com as mãos no rosto? Estás
dormindo?”. Ela respondeu: “Não mamãe, eu estou escutando Jesus, estou perto
dele e estou pedindo para ele me levar para o céu! Vamos para o céu, mamãe!
Vamos!”.
Um dia, depois de ter participado da Santa Missa com seus pais na Igreja do
Convento Franciscano de Santo Antônio, ao contrário das demais pessoas que se
rezavam em silêncio ao seu redor, sua mãe percebeu que ela estava rindo. E
perguntou-lhe come era possível tal distração, ao que a Serva de Deus
respondeu: “Não, mamãe, eu não estava distraída, estava contente com Jesus e
sorria para ele”.
Odete tratava todos, sem nenhuma exceção, com grande caridade. Na festa do
Natal, por exemplo, ela pedia a seus pais que todos os empregados, da sua casa
e da loja dos seus pais, sentassem à mesa com a sua família para jantarem
juntos. Ela tinha um amor especial por uma menina órfã de pai e mãe, e quando
recebia algum presente dava para ela. Uma vez ela soube que um filho de uma
empregada de sua família não tinha feito ainda a Primeira Comunhão, e ela mesma
quis ensinar-lhe o catecismo. Quando este menino ficou doente, Odette cuidou
para que ele recebesse os últimos sacramentos e também cuidou pessoalmente,
através dos seus pais, para que ele tivesse um digno funeral católico.
Odette, no início de outubro de 1939, começou a ter uma febre muito alta; dia 8
de outubro, com grande sacrifício, ela participou da Missa na Capela das Irmãs
Concepcionistas, no Colégio São Marcelo. Iniciou então o seu martírio, que
perdurou 49 dias. Ela foi atingida por uma forma virulenta de febre tifoide,
foram tentados todos os medicamentos possíveis, mas a febre continuava sempre
altíssima. Odette mostrou uma paciência heroica durante esta enfermidade, nunca
chorou nem sequer gemeu. Quando lhe perguntavam como se sentia, ela sempre
dizia que estava bem. Às vezes estava como em um êxtase dizia: “Jesus esteve
aqui, mas não me levou”, e “Mas, mamãe, ele vai voltar?”. Ela não queria dar
trabalho nem preocupação pra ninguém e ficava triste quando via sua mãe com os
olhos vermelhos de tanto chorar. Por vários dias ela não disse uma palavra e
quando voltou a falar, suas primeiras palavras foram: “Agora, mamãe, vamos ao
calvário”. Os médicos e as enfermeiras que cuidavam de Odette eram unânimes em
dizer que nunca tinham visto algo parecido.
A Serva de Deus falava frequentemente de uma iminente grande festa de Nossa
Senhora e que para esta ocasião precisava preparar para ela um vestido
especial. Ela dizia: “Nossa Senhora está no jardim e me espera para a grande
festa de sábado; preparai-me o vestido branco”. Na tarde do dia em que recebeu
o sacramento da Unção dos enfermos, ela recitou várias vezes os versículos do
Salmo 22. Todos estavam admirados, inclusive o sacerdote celebrante, e este,
quis saber onde Odette tinha aprendido as palavras daquele Salmo.
Na madrugada de 25 de novembro de 1939, um sábado, Odette não podendo mais
falar deu a entender com seus movimentos que desejava receber a Sagrada
Comunhão. O sacerdote que estava ali lhe disse, com as lágrimas nos olhos, que
ela não podia comungar porque não conseguia mais engolir, mas Odette insistia
com movimentos na língua e deram-lhe algumas gotas d’água que, efetivamente,
ela conseguiu engolir. Então o sacerdote imediatamente deu-lhe deu um pequeno
fragmento, que ela conseguiu prontamente engolir e desta maneira receber o
Viático. Antes que parasse de falar, repetia constantemente estas jaculatórias:
“Meu Jesus, eu te amo, e peço de amar-te por toda a eternidade” ou “Meu Jesus,
meu amor, minha vida meu tudo!”. Ou ainda, olhando para o céu dizia a Jesus:
“Levai-me para o céu”. A Serva de Deus morreu pouco depois de ter recebido a
Comunhão.
Os seus funerais foram uma verdadeira apoteose, nunca se tinha visto algo
semelhante no Rio de Janeiro. Estavam presentes religiosas de várias
congregações e muitas confrarias. As Irmãs Concepcionistas e as Irmãs de
Caridade levaram o caixão nos ombros. Estavam presentes vários sacerdotes e a
mãe de Odette, durante o cortejo fúnebre conduziu a reza do Terço. Ela foi
sepultada no Cemitério São João Batista em um belíssimo sarcófago de granito
sobre o qual foi colocada uma estátua de bronze de Odette deitada.
O seu túmulo, até hoje, é continuamente visitado pelos féis e está sempre
coberto de flores. Diante dele as pessoas se reúnem e rezam o Terço com as
palavras ditadas por Odette: “Meu Jesus, eu te amo! Peço-te de ir para o céu
fazendo o bem sobre a terra, meu Jesus, abençoai-me, santificai-me, enchei o
meu coração com o teu amor”.
O aniversário da sua morte é recordado todos os anos com grande participação
dos fiéis. No dia 10 de janeiro de 2013 seus restos mortais foram exumados.
“Foi surpreendente o que encontramos!”, afirmou o cônego Marcos William, sem
entrar em detalhes. No mesmo dia, o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta,
que também esteve no cemitério, assinou um comunicado em que declara que os
restos mortais de Odetinha vão ficar definitivamente em uma urna, para
visitação, na Basílica da Imaculada Conceição, em Botafogo.
Autor da
Causa: Arquidiocese do Rio de Janeiro. Decreto das Virtudes Heróicas em
25/nov/2021
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