Beata Bárbara Maix

Chegou ao Brasil com suas companheiras para servir aos mais pobres e assim se imolou, fazendo-se tudo para todos e deixando o mais belo exemplo de perdão, como Cristo na cruz!...


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- Ven. Ir. Roberto Giovanni

Venerável Ir. Roberto Giovanni

16/03/1903 - +11/1/1994

religioso estigmatino

 

Roberto nasceu em Rio Claro, SP, em 16 de março de 1903, de uma família numerosa, de 13 filhos. Seu pai, Paschoal Giovanni, veio para o Brasil em 1885, junto com um grupo de imigrantes italianos, oriundos de Campobasso, na Itália central. Em Rio Claro, na época denominada São João Batista de Rio Claro, logo conquistou a amizade dos moradores, vindo a casar com Severina Padula. Formaram uma grande família, cujos membros muito contribuíram para o desenvolvimento da cidade. Paschoal, que já trazia seus estudos elementares completos, passou a ser correspondente consular italiano. Abriu com seu cunhado, Domingos Padula, uma alfaiataria bem conceituada.

A família possuía boa formação religiosa, tomando parte a várias entidades na Igreja, onde todos participavam, até os menores.

Roberto participava ativamente de todas as brincadeiras próprias da infância, como as recreações escolares, o futebol, as corridas e o atletismo, às sessões de cinema mudo, etc.

Passou a sua adolescência entre estudos e trabalhos. Estudou na Escola de Contabilidade do professor José Minerosio, e exerceu a profissão de contador mercantil. Querendo ajudar a família, trabalhou no Cartório Pinheirinho, onde se esmerou no trabalho e sempre se mostrou dedicado a sua função, amável, atencioso com todos, segundo os depoimentos da época. Uma de suas irmãs relata que não chegava a trazer seu ordenado para casa, pois repartia-o com colegas de trabalho mais necessitados que ele. Seu coração bondoso se anunciava desde cedo disponível aos irmãos.

Desde pequeno manifestara seu interesse pela vida religiosa, ascética, sendo seu desejo tornar-se estigmatino, Congregação originária de Verona, Itália, cujos membros dirigiam a paróquia que frequentava. Sendo congregado mariano, essa idéia se solidificou ao prestar sua colaboração aos vicentinos da cidade.

Terminou seus estudos de primeiro grau na Escola Apostólica Santa Cruz, de Rio Claro.

No dia 21 de junho de 1927 foi para o seminário Santa Cruz. Após os estudos preliminares como aspirante e postulante recebeu o hábito religioso, que nunca deixou de usar. Na ocasião convenceu seu irmão mais novo, Luciano, a ingressar na vida religiosa. Enquanto esse irmão seguiu seus estudos e foi ordenado sacerdote, nosso Roberto, após madura reflexão e aconselhamento do mestre de noviços, passou para a formação de irmão coadjutor[1]. O fato surpreendeu toda a comunidade, que interpretou essa decisão como atitude de grande humildade. Não se considerava digno de  consagrar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo. Seus superiores concordaram com esse gesto, mas não o dispensaram, pois havia muito trabalho para ele.

Assim, cumprindo ordens superiores, passou a trabalhar na cidade de Casa Branca, SP, em 1939. Ajudava na formação dos jovens da Congregação Mariana, as crianças da Cruzada Eucarística e catecismo.

Fundada e inaugurada em maio de 1942, a primeira casa para formação de Irmãos Estigmatinos, junto ao Santuário de Nossa Senhora do Desterro, a comunidade para lá se transferiu. Ficou encarregado da formação e disciplina dos candidatos a Irmão Coadjutor. Mais tarde, sendo instalada a gráfica, tornou-se diretor e redator da Revista Ecos Estigmatinos, passando a ser propagandista da mesma, visitando várias cidades e estados. Neste apostolado, divulgou com muito amor a devoção à Nossa Senhora do Desterro e a São Gaspar Bertoni, fundador dos estigmatinos. Graças a ele, as Câmaras Municipais de Casa Branca e Itobi elegeram São Gaspar como seu padroeiro.

A toda essa atividade unia-se a de conselheiro e orientador de pessoas que precisavam de palavras de alento e apoio.  Após estes encontros as pessoas saiam aliviadas, esperançosas e mais voltadas para a oração.

Marcante para ele foi a possibilidade oferecida pelo então bispo diocesano, Dom Tomás Vaquero, nomeando-o Ministro da Eucaristia, ministério este que desempenhou com afinco, levando o conforto da Sagrada Comunhão aos doentes.

Em 7 de agosto de 1980 recebeu o título de Cidadão Casabranquense, e durante as alegres homenagens, o auditório passou a gritar: “Queremos que o Irmão Roberto se torne padre”[2]. O superior da congregação já houvera solicitado que assim fosse feito, porque ele possuía todas os requisitos para a obtenção da ordenação sacerdotal. Mas, sua atitude de continuar como irmão coadjutor por toda a vida, foi firme e resoluta.

Com seu jeito humilde, escondido, soube despertar nas pessoas o amor de Deus, seguindo a orientação de São Paulo: “Nós caminhamos para a perfeição e a santidade”. Suas mãos estendidas ao Pai resumem sua vida de amor e doação aos irmãos. Sempre repartiu seu amor e carinho com todos, da mesma forma que repartia tudo o que tinha de bens materiais.

Por longos 54 anos desenvolveu humildemente seu trabalho pastoral, pregando o evangelho, alimentando e vestindo os pobres, remediando e consolando os doentes, até sua morte ocorrida em 11 de janeiro de 1994 . Atendendo aos apelos ardorosos da comunidade que o amava, a Congregação dos Padres Estigmatinos e seus familiares permitiram que o corpo do Irmão Roberto fosse sepultado dentro da Capela onde por longos anos ele trabalhou e rezou, ao lado da milagrosa imagem de Nossa Senhora do Desterro.

  

Oração ao Irmão Roberto

Sua aparência e virtudes nos mostram a face de Deus. Sua humildade e sabedoria nos ensinam a amar os pobres, doentes e necessitados, como se fossem o próprio Cristo. Sua vida é prova de que somos todos chamados à santidade. Seus ensinamentos fazem chegar à presença de Deus o clamor de nossas almas e o amor a nossa boa Mãe do Céu. Em toda sua vida saciou a fome, aliviou dores, semeou carinho, conforto, compreensão, amor e, sobretudo, esperança.

Anjo do bom conselho! Anjo consolador!

Desde muito jovem abdicou da vida comum e fez a entrega de si mesmo: de sua liberdade, pelo voto de obediência; de seu próprio corpo, pelo voto de castidade; e do seu bem-estar, pelo voto de pobreza. Transformou sua vida repleta de heróicos sacrifícios em apostolado de alegria e de fervorosas orações. E agora, junto a Deus Pai Todo-Poderoso e Misericordioso, interceda por todos aqueles a quem amamos, alcance-nos a graça (fazer o pedido) e nos ajude a caminhar sempre com Cristo. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória

 

Dies natalis: 11 de janeiro

Restos Mortais: ao lado do altar-mór da Paróquia-Santuário Nossa Senhora do Desterro (lugar onde a sua vida inteira ele rezava)

Causa de Canonização: sediada na Diocese de São João da Boa Vista. Ator: Congregação Estigmatina.

Causa iniciada formalmente em 12/março/2003. Decreto das Virtudes Heróicas em 27.10.2020

Bibliografia sobre Ir. Roberto Giovanni:

Fernando Antônio de SIQUEIRA. Irmão Roberto Giovanni, css – um exemplo para todos nós. Casa Branca: 1993, 36 p.

Sérgio OZAKI. Uma Obra Inacabada. (Pedidos: Santuário Nossa Senhora do Desterro, endereço abaixo)

Para comunicar graças alcançadas por Irmão Roberto:

Paróquia-Santuário Nossa Senhora do Desterro

Rua dos Pellegrini, 11  - Bairro do Desterro

13700-000  Casa Branca  -  SP

Tel: (19) 3671-1143 - Telefax: (19) 3671-1048

santdesterro@uol.com.br

Site da Instituição Beneficente Lar Irmão Roberto Giovanni: (19) 3671-4383

http://larirmaoroberto.org.br/irmao_roberto.htm

http://www.rantac.com.br/desterro/INDEX1.htm

 



[1] Irmãos coadjutores são membros do instituto religioso a igual título, fazendo também eles os votos de pobreza, obediência e castidade, mas que não são ordenados sacerdotes.

[2] Depoimento de Midiel CRISTOFOLETTI, Sua terra natal também o homenageia, p. 31, in: Fernando Antônio de SIQUEIRA, Irmão Roberto Giovanni,CSS – um exemplo para todos nós, p. 28-32.

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