Beatos Mártires do RN

A incrível multidão de heróis da fé que derramou sue sangue para se manter fiel a Cristo! Homens, mulheres, crianças, famílias inteiras receberam a palma do martírio!...


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- Ven. Me. Maria dos Anjos

Venerável Me. Maria dos Anjos 

(Dinah Amorim)

8/agosto/1917 - 8/set/1988)

 

Dinah Amorim nasceu na cidade de Cláudio, MG, dia 8 de agosto de 1917. Era a caçula de 8 mulheres e 3 homens filhos do casal Innocêncio Martins de Amorim e Maria Belmira Amorim. Seu pai, que também foi fazendeiro, era o conceituado  diretor da escola municipal da cidade. O casal possuía  uma profunda formação cultural e uma grande e autêntica fé herdada pelas suas famílias. Em um ambiente sadio e cheio de carinho, Dinah pode formar uma base positiva sobre o qual construir a sua vocação.

Terminada a escola primária, como todas as suas irmãs, Dinah iniciou seus estudos de magistério em Oliveira, MG. Lá estavam lecionando como professoras 4 irmãs suas. Foi provavelmente a mais brilhante de todas as alunas da história dessa escola. Formou-se em 1933, e nesse mesmo ano as Madres Escolápias espanholas, chegando ao Brasil, assumiram a direção da escola[1]. Três irmãs suas, Maria, Dalila e Rosa, se fizeram escolápias entre 1936 e 1937. Dinah morou em Cláudio, atuando como professora e ativa paroquiana, e em janeiro de 1939 ingressou ela também na congregação.

Foi nesse período inicial que se revelou uma fiel imitadora das virtudes admiráveis da fundadora da congregação, Santa Paula Montal[2]. Ao tomar o hábito, escolheu para si o nome de Maria dos Anjos de Santa Teresinha, expressando o seu amor à Maria e ao espírito missionário de Santa Teresinha do Menino Jesus. Após os primeiros votos, em 1942, foi destinada a Santos Dumont, MG, e depois, em 1944, para o colégio de Oliveira. Ali, durante 23 anos, deu maravilhoso testemunho de piedade, trabalho abnegado, amor às alunas e caridade para com todos. Distinguiu-se como professora de português, línguas e canto. Foi uma grande mestra, com excelente didática: justa, enérgica, suave e carinhosa ao mesmo tempo, admirada e querida pelas alunas. Ali se demonstrava aquele ‘algo mais’, típico de Madre dos Anjos: era uma verdadeira educadora, fazia as pessoas crescerem através do amor. Foi por alguns anos também diretora da Escola Nossa Senhora de Oliveira. Além de responsável do coral do colégio, pois tinha o dom da música, coordenava a catequese na cidade.

Madre dos Anjos sempre despertava em muitos jovens o desejo de se consagrarem a Deus. Várias irmãs escolápias que atualmente trabalham na congregação se consideram fruto benéfico do seu exemplo.

Em 1963 e em 1965, teve que ser levada para Belo Horizonte para ser operada. Os médicos publicamente falavam em mioma benigno. Querendo poupar Me. Dos Anjos, as superioras a transferiram para Belo Horizonte, mas os desígnios de Deus eram outros, e sua atividade foi intensa. Em 1968, iniciou um trabalho pastoral no Bairro Providência, periferia da cidade, dando tudo de si, como sempre fez em todas as casas que trabalhou. Era o desafio de um mundo novo. Sua vida foi totalmente entregue ao apostolado na paróquia, junto do povo com os mais pobres e marginalizados, crianças, doentes, jovens e adultos. Diante de seus olhos de experiente educadora, desenvolveu a educação integral, abraçando as carências da população. Com o apoio da Madre Geral da congregação, em visita ao Brasil, venceu as muitas resistências internas e conseguiu que fosse fundada  a casa “Madre Paula Montal”, no bairro Providência, uma verdadeira “comunidade inserida”, a primeira não dedicada diretamente a uma atividade escolar. Com eles fundou a Associação Comunitária do bairro e uma Escolinha de 1ª à 4ª série, que vem atendendo até hoje aos mais necessitados. Aí deixou a marca da bondade de Jesus Cristo, a humildade e o amor que sabia  dispensar a todos, sem distinção. Até 1978 andava com um velho hábito cinzento de irmã bem simples. Depois de retirar o véu, passou a usar vestidos simples do povo mais humilde. Famosas a suas sandálias velhas de plástico, faltando às vezes alguma tira. Personalidade austera e suave, sensível e carinhosa, ríspida e atraente por sua extrema caridade, ficou no bairro 12 anos, de 1968 até 1980.

Em 1981, Madre dos Anjos foi transferida para o Rio de Janeiro para a comunidade localizada em Santa Cruz, região periférica e necessitada de tudo. Um território de uns 15 km de extensão, com 10 núcleos de população, entre favelas e conjuntos habitacionais. Andava quase sempre a pé. Estava sempre presente nas reuniões, dava cursos sempre renovados para a formação de agentes de pastoral. O povo viu nela a figura de Maria, a quem todos recorriam, até o próprio sacerdote, e encontravam um sorriso, uma palavra, um gesto acolhedor. Cresce o fascínio pela sua santidade. Cada vez mais ela baseava seu apostolado no testemunho pessoal do que nas técnicas e recursos humanos.

Exerceu nesse tempo cargos importantes na congregação, e sempre incentivou a abertura missionária. Por ocasião da celebração de 50 anos de presença no Brasil, conseguiu que a congregação assumisse a fundação de uma missão na Guiné Bissau, ex-colônia portuguesa na África. Dizia, citando o documento de Puebla: “É certo que nós próprios (no Brasil) precisamos de missionários, mas devemos dar de nossa pobreza”[3]. Foi a primeira voluntária, mas por sua idade e saúde, não permitiram.

Atingida, afinal, pelo câncer, sofreu uma cirurgia e um duro tratamento de quimioterapia por um ano e meio, até maio de 88. Suportou com heróica paciência, sem queixa, consolando quem dela se aproximava. A 1º de setembro de 1988, entregou sua bela alma a Deus. Sua partida foi chorada por todos que a conheceram e com ela conviveram, que exaltavam suas virtudes e qualidades humanas, agradecidas por seus favores e sua constante caridade.

 

Oração

Ó Deus, Pai de Misericórdia,

que em Jesus, chamaste bem-aventurados os pobres,

os humildes, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos e os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa do teu Reino (Mt 5, 1-11), nós Te agradecemos por haveres concedido à vossa serva Madre dos Anjos a graça de imitar Jesus Cristo e de passar entre nós “fazendo sempre o bem a todos”.

Por sua intercessão, concede-nos a graça...

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai

 

Dies natalis: 1º de setembro

Restos Mortais: do cemitério do Bonfim, foram trasladados para a Igreja de Santo Antônio, Bairro 1o. de Maio, Belo Horizonte, MG.

Causa de Canonização: sediada na Arquidiocese de Belo Horizonte, MG (competentia fori transferida da Arquidiocese do Rio de Janeiro, RJ). Ator: Filhas de Maria Religiosas das Escolas Pias – Escolápias.

Processo informativo diocesano iniciado em 23/abr/1994 e encerrado em 6/nov/1996. Postuladora: Madre Maria Luisa Labarta, escolápia (Via Crescenzio, 77 – 00193 – Roma, Itália). Decreto da Heroicidade das Virtudes em 11/dez/2019.

Bibliografia sobre Madre Maria dos Anjos:

Pe. Pier Luigi BERNAREGGI. Aquele algo mais – Biografia de Madre Maria dos Anjos. Belo Horizonte: publicado pelas Irmãs Escolápias, 1994 (opúsculo)

Pe. Pier Luigi BERNAREGGI. Aquele algo mais” – Biografia da Serva de Deus Madre Maria dos Anjos de Santa Teresinha. Belo Horizonte: publicado pelas Irmãs Escolápias, [entre 1992 e 2005], 239 p.

Para comunicar graças alcançadas e outras informações:

Irmãs Escolápias

Rua Salinas, 928 – Bairro Floresta

31015-190   Belo Horizonte – MG

Tel.: (0xx31) 3461-3699

Fax: (0xx31) 3467-4121

e-mail: provinci@escolapiasdobrasil.com.br

Links: www.escolapiasdobrasil.com.br

 

 

 

 

 

 



[1] Instituto das Filhas de Maria, Religiosas das Escolas Pias (Madres Escolápias).

[2] Madre Paula Montal foi canonizada em 18 de maio de 2003

[3] BERNAREGGI, Pe. Pier Luigi. Aquele algo mais – Biografia de Madre Maria dos Anjos.  p. 35

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