Nasceu em 3
de janeiro de 1882, em Santa Rita de Cássia, Minas Gerais. Seu pai, Dr. Tristão
Tavares de Lima, era advogado, e sua mãe, Francisca Cândida Tavares de Lima era
professora primária. Depois de residir em várias cidades, a família resolveu
situar-se em São Paulo, capital, e Donizetti iniciou o Curso de Direto na
Faculdade do Largo de São Francisco, em 1900. Freqüentou também o conservatório
de música, tornando-se exímio pianista, compositor e maestro.
Abandonou o
curso de direito para ingressar no Seminário de Pouso Alegre, pois Deus o
chamava para ser um de seus Apóstolos. Quem o orientou foi o Reitor do
Seminário, Pe. João Batista Nery. Ordenou-se Sacerdote em 12 de julho de 1908,
em Pouso Alegre, MG, e em seguida foi nomeado secretário do novo bispo
da recém-criada diocese de Campinas, seu amigo e conselheiro Pe. João
Batista Nery. Foi também vigário de Pedreiras.
Criada a
diocese de Ribeirão Preto em 1910, pediu para ser aí transferido, e tornou-se vigário
de Sant’Ana da Vargem Grande (hoje Vargem Grande do Sul), onde trabalhou por 16
anos, exercendo grande liderança, e construindo a Igreja Matriz. Além da
indiferença religiosa a cidade sofria com as rixas políticas e a divisão das
famílias. Apaziguou e uniu o povo. Procurou dar orientação para as eleições, no
conturbado período após a revolução de 1924, e sofreu muito com os políticos
locais. Pregava o bem comum como critério e era ardoroso ao defender os mais
pobres, o que atraiu a perseguição dos fazendeiros ricos e políticos
aproveitadores, que o taxaram de ‘padre irreverente e revolucionário popular’.
Criaram tal situação que o bispo foi obrigado a transferi-lo, para que não
sofresse tanto.
Foi nessa
época em Vargem grande que Pe. Donizetti escapou de uma emboscada. Combinaram
de empurra-lo de uma pinguela para cair num precipício em um lugar ermo da
cidade. Madrugada alta, vieram chamá-lo para dar a extrema unção em um velhinho
que habitava nesse caminho. Ao fazerem o pedido, Pe. Donizetti respondeu
calmamente dizendo que já era tarde, pois o pobre velhinho já havia morrido. De
fato, naquela hora exata, o doente faleceu.
Em 13 de
junho de 1926 tomou posse como Vigário da paróquia Santo Antônio, de Tambaú,
SP, onde permaneceu até a morte.
Pe. Donizetti
impressionava o povo pela sua sinceridade e franqueza. Não tinha preconceito
contra as pessoas, se dava bem com todos, especialmente com os pobres e
necessitados. A eles devotou toda sua vida. Sua luta minorou o sofrimento de
inúmeras famílias que encontravam no Padre um alento para o corpo e para a
alma. Considerava necessitado todo aquele que fosse carente, seja no campo
material, moral ou espiritual. Construiu um asilo e adquiriu terrenos e casas
visando obras sociais para o futuro. Tudo o que lhe doavam era destinado aos
mais pobres. Levava uma vida sóbria e modesta.
Exercia na
cidade uma autoridade moral muito forte. Sua voz era sempre acatada. Lia
jornais todos os dias, estava sempre atualizado com os acontecimentos do Brasil
e do mundo. Tinha uma vasta biblioteca. Seu sacerdócio é um paradigma para
aqueles que consagram sua vida a Deus. Ele vivia todos os instantes que podem
ser vividos por um sacerdote zeloso de suas responsabilidades. Nunca pensava na
sua comodidade, mas sim na implantação diária do Reino de Deus. Cuidava
pessoalmente de todos os detalhes em sua Paróquia, desde o ensaio das crianças
para Coroação de Nossa Senhora, no mês de maio, até os problemas municipais
envolvendo políticos do cenário nacional.
Muito devoto
de Nossa Senhora Aparecida, trouxe uma imagem fac-símile para a Igreja de Santo
Antônio. Em 1929, no dia 11 de outubro, um incêndio devastou a Igreja Matriz.
Restaram as paredes desvestidas de reboco, mas ilesa ficou a imagem de Nossa
Senhora Aparecida, com seu manto de seda intocado! A partir de então
todos a consideravam uma imagem milagrosa.
A
personalidade marcante de Pe. Donizetti começou a ser conhecida além de Tambaú.
Muitas pessoas vindas de longe vinham expor seus problemas, seus sofrimentos e
suas dúvidas. As bênçãos de Pe. Donizetti tornaram-se famosas. No ano de 1954
as romarias começaram a aumentar, sua fama espalhando-se por toda parte.
Afirma-se que certa vez cerca de 200 mil pessoas tomaram conta da cidade para
receber as suas bênçãos. Pe. Donizetti dizia apenas: “Eu não curo ninguém. Eu
peço a Deus e Ele atende por intercessão da Virgem Aparecida”. Estão
catalogados milhares de milagres alcançados pela intercessão do Pe. Donizetti.
Todas as Graças, alcançadas pelos miraculados, eram por ele sempre atribuídas à
fé dos mesmos e à ação intercessora de Nossa Senhora. Além das curas, a cidade
de Tambaú foi palco de um número infindável de conversões. O Pe. Donizetti
considerava as conversões mais importantes que as curas. Estas têm uma
existência curta, da extensão da vida terrena. As conversões valem para a vida
eterna. Quanto aos repórteres, Pe. Donizetti não queria vê-los de forma alguma.
Depois de 35
anos de intensa atividade, sua saúde começou a declinar. A partir de março de
1961 ele só dava a tradicional bênção da janela de sua casa. Já não celebrava
mais. Às 11h15min da manhã do dia 16 de junho de 1961, Deus o chamou para junto
de si, sentado em sua cadeira e assistido por alguns paroquianos. Tinha 79 anos
de idade, e foi pároco de tambaú por 35 anos. Milhares de pessoas acorreram
para o adeus final.
A fama de
santidade que tinha em vida continua até hoje, e grande é a afluência de
devotos que acorrem à Tambaú para agradecer, junto de seu túmulo, as graças
alcançadas.
Oração
para a Beatificação
Pai Santo, nós vos pedimos que, se
for vontade Vossa,
possamos chegar ao conhecimento de Vossos dons
de santidade no Pe. Donizetti,
que Vos serviu na
terra como sacerdote zeloso e dedicou toda a
sua vida para transmitir Vossos dons,
através da Palavra
com que instruía,
dos Sacramentos com
que santificava e da liderança paroquial com que unia e ajudava os fiéis que,
numerosos, o vinham procurar,
na cidade de Tambaú
onde foi Pároco por muitos anos.
Ajudai-nos, Senhor, a
reconhecer nele os dons de Vossa Bondade e o testemunho de Vosso Amor, para
que, imitando seus exemplos, sejamos também nós construtores de uma sociedade
mais justa e fraternal.
Dignai-vos conceder a
beatificação do Pe. Donizetti e,
Senhor,
para consagrar mais
inteiramente nossas vidas à causa da justiça,
do amor e da paz,
dai-nos, por sua interseção, a graça
que tanto precisamos...(peça-se).
Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
Restos Mortais:
no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú, SP.
Causa de Canonização: sediada
na Diocese de São João da Boa Vista, SP. Ator: Diocese de São João da Boa
Vista.
21/02/1992 - Início da ampla pesquisa sobre a vida,
virtude e fama de santidade de Padre Donizetti; 02/12/1996 – Nihil Obstat; 16/03/1997
– Abertura do Processo de Beatificação e constituição do Tribunal Eclesiástico;
08/05/2009 – Exumação dos restos mortais; 16/05/2009 – Encerramento da fase
diocesana e trasladação dos restos mortais para o Santuário Nossa Senhora
Aparecida de Tambaú; 14/09/2009 – Abertura da fase romana, no Vaticano; 29/10/2010
– A Congregação para a Causa dos Santos assinou o decreto de validade do
Processo de Beatificação; 06/05/2013 – Entrega da Positio, documento oficial
sobre o postulado da santidade, vida e virtudes de Padre Donizetti; 9/10/2017
– Decreto da Heroicidade das Virtudes (título de Venerável). Milagre aprovado em 8/4/2019; beatificação em 23/nov/2019!
Bibliografia sobre Pe. Donizetti:
Pe. Antônio Haddad. O homem do povo sofrido. 1980
Dom Dadeus Grings As
maravilhas do Pe. Donizetti. S. J. Boa Vista: Gráfica Cidade, 1996.
José Wagner Cabral de
Azevedo. Padre Donizetti de Tambaú. Aparecida: Ed. Santuário, 2001.
Para comunicar graças
alcançadas pelo Beato:
Santuário
Nossa Senhora Aparecida
Praça Pe. Donizetti, 9
13710-000 Tambaú - SP
Tel.: (19) 3673-3201 / 3673-1723
Outras
informações:
http://www.padredonizettitambau.com/