Cacique Adauto
Martirizado em 15/novembro/1628
Um velho cacique guarani, catecúmeno, que viveu no noroeste do Rio Grande do Sul, na época da implantação da redução jesuítica de Caaró, ali tombou mártir ao defender energicamente São Roque Gonzales e Santo Afonso Rodrigues, que tinham acabado de ser brutalmente assassinados por índios contrários à fé católica. Não se sabe o seu nome, por isso é chamado de cacique "Adauto". Adauto quer dizer "acrescentado", pois foi acrescentado por Deus aos companheiros no martírio, e assim seu nome seria unido ao dos três Santos. Com a conclusão do seu processo de canonização passaríamos a invocá-los juntos, dizendo: "São Roque Gonzales, Santo Afonso Rodrigues, São João de Castilho e Santo Adauto". É assim que a Igreja tradicionalmente invoca os santos unidos pela mesma situação de martírio; se inicialmente o seu nome já fizesse parte do grupo quando foi iniciado o processo dos nossos três santos, hoje também seria um deles.
Um dos mais importantes depoimentos foi o do Pe. Antônio Ruiz de Montoya, colega e contemporâneo de São Roque Gonzales. Não presenciou os acontecimentos de Caaró, mas foi testemunha auricular de todo o ocorrido, isto é, ouviu o que contaram as numerosas testemunhas:
"Um venerável ancião, cacique entre os principais, a quem o amor de ser cristão retinha, repreendeu os culpados daquele crime atroz e fê-lo com palavras graves e frontalmente diretas, expondo-lhes a afabilidade, o amor e as dádivas, sendo a maior delas a da fé católica, com que pretendiam enriquecê-lo os padres. A ira e o furor perderam o respeito às veneráveis cãs, sendo que o cercaram e com golpes cruéis o deixaram morto. Ditosa a sua morte, pois com intrepidez cristã, numa ocasião de perigo tão evidente de sua vida, tomou partido pela verdade católica e, como julgamos, não sem impulso sobrenatural da fé" (Dom Estanislau KREUTZ, Santos Mártires das Missões, p.53).
Adauto era já de certa idade, sogro do cacique Quarobaí, um dos primeiros que receberam os missionários na região do rio Uruguai. Era catecúmeno, ou seja, preparava-se para poder receber o batismo. Como morreu defendendo a fé que desejava receber, considera-se que recebeu o batismo de sangue, que eqüivale ao batismo sacramental. Tornou-se cristão pelo martírio, e como mártir significa que ele pode ser um dia considerado santo da Igreja, e invocado juntamente aos Mártires das Missões.
Bibliografia sobre Cacique Adauto:
De autoria de Dom Estanislau Kreutz, bispo de Santo Ângelo, RS: "Santos Mártires das Missões", Santo Ângelo (RS), 2001. p. 51-53 (pedidos junto à cúria de Santo Ângelo, endereço abaixo);
De autoria do Pe. Antônio Ruiz de Montoya, sj, contemporâneo dos Santos Mártires: "Conquista Espiritual", 2ª ed. Brasileira, Porto alegre, 1997. p. 227;
Pe. Luís Gonzaga Jaeger, sj: "Os Bem-aventurados Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João del Castilho, Mártires de Caaró e Pirapó", 2ªed.melhorada, 1951. p. 244.
Perspectivas de um processo de Canonização: Em 1996, Dom Carmelo Juan Giaquinta, arcebispo de Resistência (Argentina), solicitou à Conferência Episcopal Argentina que fosse feito um pedido oficial da mesma ao Papa João Paulo II, no sentido de inserir no Martirológio (o elenco dos Mártires da Igreja), o nome de Cacique Adauto. Ora, isso pode ser feito, sem dúvida, mas da forma normal, encaminhando um processo de canonização, como é feito para todos os outros santos. Assim sendo, até o momento a arquidiocese de Resistência não deu início a esse processo. Também a diocese de Santo Ângelo tem grandíssimo interesse no mesmo, mas não dispõe atualmente dos recursos humanos e materiais necessários. Aguarda-se momento mais oportuno.
Para comunicar graças alcançadas pelo Cacique Adauto: Cúria da Diocese de Santo Ângelo Rua Marquês do Herval, 1113 Centro 98801-640 Santo Ângelo, RS Tel./Fax: (0xx55) 3313-5308 e 3313-5263
E-mail da cúria diocesana de Santo Ângelo: mitra@san.psi.br
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